- Djalma Argollo -
O QUE É DEPRESSÃO?
Viver é uma condição de permanente instabilidade física e psíquica. Todos os seres vivos são desafiados a cada segundo por estímulos internos e externos, que os solicitam reações variadas e, normalmente, conflitantes. Medo, angústia, desespero, raiva, choque, alegria, prazer etc., são estados que se alternam e confundem, nos seres vivos de modo geral. O animal que se prepara para atacar sua presa está num estado de expectativa e esperança. Caso consiga o seu intento, uma onda de satisfação lhe inunda o organismo, o que, muitos demonstram através de urros, uma forma de descarregar a tensão nervosa que prelibou o ato. Mas, se o ataque falha, sua expressão corporal demonstra a frustração, durante alguns momentos. Numa fração de segundo, uma sensação de tristeza e frustração lhe invade o ser. Mas o instinto o impulsiona para a frente. O que não deu certo agora dará certo dentro em pouco.
A tristeza é uma reação normal às situações de vida, tais como lutas, zangas, perdas, derrotas e decepções. Muitas pessoas usam a palavra “depressão” para explicar estes tipos de sentimentos, mas a depressão é muito mais do que tristeza. A depressão é, como alguns a descrevem, um buraco no peito. Porém, algumas pessoas deprimidas não se sentem tristes por tudo, mas sim que suas vidas não têm significado; simplesmente tornam-se apáticas.
Seja qual for o sintoma, a depressão é diferente da tristeza normal ou da simples desmotivação; na medida em que anula o seu dia a dia, interferindo com a capacidade de trabalhar, estudar, comer, dormir e se divertir, um sentimento de desamparo, desesperança, inutilidade intensos e implacáveis.
A depressão pode nascer de várias circunstâncias da vida, que deveriam ser normalmente resolvidas, no curso dos acontecimentos, mas associam-se a diversos sentimentos negativos cultivados ao longo da existência, para fazer o espírito sentir a existência como um nunca findar de frustrações. Daí deriva o sentimento impossível de querer desistir da vida. Pode-se interromper a existência, mas nunca a vida que é permanente.
Um aspecto da causa da depressão que o Espiritismo revelou é a "depressão induzida"; ou seja, a depressão que um espírito desencarnado esteja sentindo, e que, transmita ao encarnado.
COMO EVITAR A DEPRESSÃO
Um remédio eficaz contra a depressão é o ideal. Quem possui um ideal nunca sente a vida sem sentido, a não ser que o seu ideal seja exclusivamente físico, exterior a si. Pois, nesse caso, o ideal pode ser "perdido". E aí a depressão pode se manifestar com sua coorte de sentimentos abissais.
Um ideal tem de ser interno e infindável. O maior ideal é o do desenvolvimento pessoal. Desenvolver as possibilidades internas, que todos temos. Ter um insopitável desejo de aprimoramento físico, mental e espiritual.
Para se evitar entrar em depressão, é necessário sentir a vida como uma oportunidade de aprender. Todos os problemas devem ser encarados como um desafio ao crescimento. Tudo o que é inevitável tem de ser racionalizado e sentido como um exercício para o auto crescimento.
COMO CURAR A DEPRESSÃO
A cura da depressão depende de sua causa e de quanto tempo esteja instalada. Sendo uma depressão induzida, a cura será espiritual, ou seja, o esclarecimento do espírito que está deprimido e influenciando o encarnado com seus sintomas.
Quando a depressão está se iniciando, enfrentá-la, tomando atitudes contrárias ao que ela impõe, é um fator positivo de combatê-la.
Quando instalada há muito tempo, há que se combater o hábito de viver deprimido, o qual pode ter-se agarrado à alma como uma erva daninha; além dos remédios antidepressivos aos quais o organismo se acostumou.
Cada situação vai requerer um conjunto de terapias específicas. Os fármacos podem ser necessários, quando a depressão é profunda, e o paciente se sente impotente diante dela.
Em qualquer caso a psicoterapia se faz necessária, para se identificar e integrar à consciência a causa psíquica da depressão. É recomendada a leitura de livros de autoajuda incentivadores de novas e positivas posturas diante da existência.
Igualmente, a ação espiritual através dos passes, da frequência a reuniões doutrinárias e de desobsessão. A leitura de livros mediúnicos, ou não, que estimulem o desenvolvimento espiritual é necessária. Tem de se ter cuidado de escolher autores que estimulem a vontade e o desejo de viver.
E coroando tudo está a atitude interna de meditação, de oração e a conscientização de que se é um espírito imortal e com desígnio específico.